sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Miséria não é emprego

O Senado aprovou o pagamento do décimo-terceiro salário (gratificação natalina) às pessoas que recebem o auxílio do bolsa-família. O bolsa-família é um auxílio financeiro do governo federal destinado às pessoas que estão em situação de "vulnerabilidade social", eufemismo usado para definir uma vergonha nacional que chama-se miséria.

O bolsa-família sempre foi polêmico, pois tem defensores de peso, como o Fundo Monetário Internacional e o Prof. Edmund Phelps, prêmio Nobel de Economia, mas por outro lado, fato é que onde o bolsa-família atinge maior número de pessoas, o governo sempre obtém votação expressiva.

O curioso é que na forma proposta do pagamento da gratificação de natal aos beneficiários que recebem o bolsa-família, eles terão um direito equivalente às pessoas que têm um emprego regido pelas leis trabalhistas, o que se trata de uma imoralidade, a não ser se agora neste país entenda-se que miséria também é emprego.

Em suma, coisas de Brasil.

3 comentários:

  1. Fico tão triste, quando vejo algo assim.
    O mais triste ainda é parte da população ser conivente com tudo isso. Há os que preferem a "esmola" do que um emprego digno. Mas mesmo assim ainda não perdi a fé, um dia tudo muda.
    Abraços

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  2. Concordo plenamente contigo Rodrigo, fazer da miséria uma fonte de votos é de uma safadeza sem tamanho, perpetuar a condição indígna para depois se apresentar como salvador é desumano.
    O que os nossos políticos deveriam fazer com urgência, é procurar meios de o país se desenvolver e poder incluir todos os cidadãos.

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  3. É muito fácil para o autor (que com certeza tem o seu dinheiro todo fim de mês) falar de uma situação de miséria olhando de fora.

    É claro que onde o Bolsa-Família é expressivo o governo tem voto, afinal é a promeira vez que um governo faz algo (algo de verdade e de forma DIRETA)pelos muito pobres.

    Mais fácil ainda (essa vai para os que comentaram)é criticar sem apresentar soluções (soluções de fato, sem essa de "ele precisam procurar meios de o país se desenvolver e poder incluir todos os cidadãos")

    Assim fica fácil né, até eu viro especialista em política.

    A verdade é que apesar de muitos torcerem contra, o Brasil está crescendo e, pela primeira vez, a desigualdade social diminuindo.

    Mas não no ritmo que gostaríamos, por se faz necessário ações paleativas e imediatas como o Bolsa-Família e a Cota para Negros nas Universidades.

    Esfinge está certa quando diz que ainda acredita no Brasil. Eu também acredito, e humildemente acho que estamos, pela primeira vez em muitos anos, no caminho certo.

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