domingo, 29 de agosto de 2010

Armadilhas monetárias

A grande armadilha de uma mulher que enriquece no casamento-e segue rica na separação-graças à uma generosa pensão do abonado ex, é que embora nada lhe falte em termos materiais, ficam faltando duas coisas essenciais para aguentar o tédio da vida: o trabalho e uma relação promissora.
Há quem prefira que seja assim, mas pelo que se ouve dessas mulheres durante as baladas, quando as generosas doses etílicas derrubam o orgulho e as expõem à sinceridade, parece que nestes casos o dinheiro é apenas o ouro de tolo, ou da tola!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Inacreditável

Certo. É democracia. Todos tem direito à liberdade de expressão.
Mas convenhamos, um palhaço aparecer no horário gratuito pedindo voto e dizer que não sabe o que faz um deputado, mas depois de eleito contar é um verdadeiro deboche. Apenas para esclarecer, não quero ofender ninguém, usei a palavra palhaço porque o candidato é palhaço de profissão mesmo.
É óbvio que receberá uma avalanche de votos, eu imagino. Mas aí palhaço mesmo é quem vota, pois se por um lado reclamam que no Brasil se paga imposto até para pensar, por outro elegem estes tipos que estão aí para fazer deboche com o dinheiro do contribuinte.
O mesmo vale para a "mulher-pera", "mulher-melancia" e todos os cacarecos que andam por aí...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Voltei a ler

O excesso de leitura de livros da minha profissão às vezes asfixia minha cabeça. Nada melhor que fazer incursões literárias em outros campos do saber. Estou lendo Poesia de Álvaro de Campos, de Fernando Pessoa. O autor tinha uma personalidade melancólica, morreu cedo, de cirrose hepática, aos 47 anos. Até agora, o texto que li que melhor reflete a sua personalidade é o famoso Lisbon Revisted:


Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul  o mesmo da minha infância ,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

domingo, 8 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Monumento à tolerância e a democracia

Uma mesquita seria construída em Nova York, a duas quadras do "Ponto 0", local onde as Torres Gêmeas foram atacadas, em 11 de setembro de 2001. A ideia enojou alguns membros do Partido Republicano, eleitores e parentes das vítimas de 11 de setembro.

Afora o lado político, o Prefeito Michael Bloomberg afirmou que Nova York é a cidade mais livre do mundo e os proprietários do imóvel tinham o direito de transformar o local num templo. "O governo não tem o qualquer direito de negar qualquer direito", afirmou Bloomberg. A comunidade local aprovou a construção da mesquita.

A decisão foi aplaudida pelo editorial do New York Times. "A decisão reafirmou um dos pilares de uma democracia: a tolerância religiosa." Prossegue o editorial: "ao invés de dar razão às vozes raivosas, muitas delas de candidatos republicanos que querem  se promover,  não era a coisa certa a fazer, era a única coisa a fazer." Acrescentou: Algumas famílias das vítimas dos ataques, a quem merecem nosso respeito e simpatia, não se conformam com a (construção da) mesquita. Mas seria um grande desserviço à memória dos seus entes queridos dar razão ao medo  que os terroristas queriam criar e assim abandonar os princípios de liberdade e tolerância."

É uma pena que não são todos que pensam assim!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

É difícil inovar e crescer no serviço público

Cheguei à conclusão de que desenvolver um dom especial na profissão sendo funcionário público é impossível. A razão disso é que se o sujeito toma a iniciativa de uma atividade inédita no serviço público, algo imprescindível para o desenvolvimento, corre o risco de se não der certo ter que responder por isso. Por outro lado, se não fizer nada, nada lhe acontecerá, porque não haverá prejuízo por responder. Quanto se deixa de crescer profissionalmente em função da burocracia!

domingo, 1 de agosto de 2010

E a propaganda eleitoral voltou...

Jingles infames, incômodo para os ouvidos, música na hora do repouso. Poucas coisas são tão desagradáveis para a tranquilidade quanto uma campanha eleitoral.
Pois é. Estou agora no intervalo da leitura dos informativos do STF/STJ e recém ouvi uma música chata e repetitiva que vinha da rua, só consegui identificar uma frase: "para deputado federal..."
Sim, ela está de volta. A propaganda eleitoral voltou. Aguentemos até o último domingo de outubro. No osso do peito.