sábado, 29 de setembro de 2007

"A morte não vem com o diagnóstico"


No final da aula de RPM, a instrutora diz: "o importante é ter saúde, o resto a gente dribla". Na verdade, não prestei atenção, pois não gosto de ouvir clichês.

Então, que tal ouvir do médico que você tem seis meses de vida? E ele diz: "vá para casa e aproveite o tempo que lhe resta com a sua família". Outro clichê...será que é possível viver sem eles?!?

Ao invés de acreditar no que todo mundo diz e ficar em casa esperando pela morte, Jane Tomlinson embarcou numa jornada que inspirou uma nação.

Dois anos depois de ser diagnosticada com câncer terminal ela correu a Maratona de Londres. Três anos depois, quando já deveria ter que comprar seu jazigo, ela pedalou 6.782 km pelos Estados Unidos. Durante o caminho, ela teve que se submeter a duas seções de quimioterapia.

Jane Tomlinson foi inicialmente diagnosticada com câncer em 1990. A mãe de duas crianças, com 26 anos, venceu a primeira batalha contra o câncer depois de cinco anos. Dois anos após, teve outro filho.

Mas no ano de 2000, o câncer retornou. Ao invés de desistir de viver, Jane Tomlinson tornou-se atleta. Motivada pelo fato de que uma pessoa pode manter-se produtiva numa doença terminal e afirmando que "a morte não vem com o prognóstico", competiu em diversas provas como a Maratona de Londres por três vezes; Maratona de Nova York, por mais três vezes; também por três vezes competiu no London Triathlon (num deles, duas semanas antes, estava tão doente que sequer conseguia ingerir a comida) e a incrível prova full Ironman (4km de natação, 180 km de bicicleta e uma maratona inteira).

Uma mulher que sequer era para estar viva, com uma voz fina e meiga, era um dínamo com força espiritual que desafiava qualquer obstáculo colocado na sua frente. Completou o Ford Ironman Florida em 15 horas e 48 minutos.

Durante o evento, uma equipe de filmagem da BBC fez um documentário sobre Jane Tomlinson, levando seus feitos para conhecimento do mundo inteiro.

Os esforços de Jane Tomlinson levantaram milhões de dólares em favor da pesquisa contra o câncer.

Em dois de setembro deste ano, Jane Tomlinson perdeu sua batalha contra o câncer. Gordon Brown, Primeiro-Ministro Britânico, a definiu como um "fascinante espírito".

A direção da prova do Ford Ironman Florida se manifestou: "Jane Tomlinson provou que qualquer coisa é possível. Ela provou que uma pessoa realmente pode fazer a diferença...que uma forte e desafiadora mãe pode inspirar a todos para valorizar o que temos na vida. Estamos orgulhosos em dizer que Jane Tomlinson era uma Ironman".

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A felicidade segundo Sigmund Freud

Afinal, o que é ser feliz?

É casar ou ser solteiro?

Felicidade é ter um carrão importado ou andar de bicicleta?

Ser feliz é morar sozinho ou com os pais?

É ter um emprego ou ser profissional liberal?

Pelo menos  duas vezes por dia estas questões vem a minha cabeça.

Freud sintetizou  estes dilemas e todos os outros possíveis  em apenas duas frases:

"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Presidente machão

Não sou de escrever assuntos internacionais neste lugar. Para isso existe a CNN, mas não posso deixar de dividir com a blogosfera minha reação à conferência dada por Mahmoud Ahmadinejad, Presidente do Irã, na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Por si só o fato de haver uma conferência com esta figura nos Estados Unidos,  que na definição dos aitolás trata-se do grande satã,  já era surpreendente. Mas as surpresas não pararam por aí.

Eu já sabia que a conferência era hoje à tarde, e no intervalo dos estudos, só por curiosidade, liguei  a TV na CNN,  e a conferência estava em andamento.

Estava o reitor da universidade, Professor Lee Bollinger, fazendo o discurso de apresentação, exortando a platéia a comportar-se com civilidade, lembrando que a América é um país onde a liberdade de expressão é uma das garantias constitucionais mais importantes e ditou as regras das perguntas que seriam feitas ao líder iraniano.

Nenhuma novidade. Típico protocolo acadêmico.

Entretanto, aos poucos, seu discurso mudou e como um verdadeiro promotor de justiça no tribunal do júri,  passou a comentar sobre as violações de direitos humanos no Irã, o discurso anti-semita de Mahmoud Ahmadinejad, a prisão de dissidentes políticos, a condição das mulheres na sociedade iraniana e as acusações de que o Irã está construindo a bomba atômica.

Encerrou o discurso dizendo: "o senhor me parece um perigoso ditador".

Mahmoud Ahmadinejad, na sua vez de falar, disse que se sentiu ofendido com as acusações, mas não se abalou com isso e que no seu país as pessoas respeitam os convidados.

Passou Mahmoud Ahmadinejad a fazer um longo discurso religioso, com metáforas bíblicas. Desisti de ouvir e fui estudar.

No intervalo voltei. Acho que foi  a parte mais divertida.

Mahmoud Ahmadinejad foi questionado sobre a condição da mulher e dos homossexuais na sociedade iraniana. A questão que é um eterno ponto de tensão entre o oriente e o ocidente, já que na sociedade do islã, por força das leis e dos costumes, homens e mulheres não têm os mesmos direitos, devendo a mulher casada obediência ao marido, e enquanto solteira, ao pai. Crime de adultério,   por exemplo, é punido com a pena de morte.

Respondeu Mahmoud Ahmadinejad que nos Estados Unidos também existe pena de morte para caso de tráfico de drogas. Mas o estudante insistiu na pergunta dizendo que não se tratava de tráfego de drogas e sim  da condição da mulher e dos homossexuais na sociedade iraniana.

Mahmoud Ahmadinejad respondeu simplesmente: "No Irã não temos problemas com homossexuais como nos Estados Unidos."

A platéia delirou de risos.



segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Lei do cala-boca

Assembléia legislativa do Estado do Rio Grande do Sul pretende promulgar uma lei que proíbe o uso de celulares dentro das salas de aula das escolas que pertencem ao Estado.

Até é de se surpreender que os professores permitem aos alunos conversarem no celular durante uma aula. Nos meus tempos, quando eu era estudante e só existia telefone fixo, o simples fato de se virar para o lado numa sala de aula já era motivo para se levar uma tremenda bronca das professoras.

Parece que as escolas viraram um local de formação daqueles chatos que usam o celular nas horas mais impróprias possíveis.

Por outro lado, uma lei desse tipo é de questionável praticidade, pois não é possível prever nenhuma penalidade à escola que permitir o uso de celular na sala de aula.

Até mesmo a constitucionalidade da lei é discutível, já que é de iniciativa parlamentar e compete ao Poder Executivo regulamentar os serviços públicos do Estado.

Melhor pensando, a Assembléia Legislativa poderia ficar calada.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Perseverança

[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=W8l249bM0FE]

Professor William Douglas, Juiz Federal, conferencista e escritor é uma fonte de inspiração para mim. Inclusive, participo de sua comunidade no Orkut. Na sua obra mais conhecida, "Como Passar em Concursos", ele afirma que seu maior desejo após ser aprovado no concurso de juiz federal era participar de uma maratona. E participou.

Eu prefiro triathlon, como no video acima.

Quem sabe um dia ;-)

domingo, 9 de setembro de 2007

Paisagem da minha janela



A paisagem da frente do lugar onde trabalho é bucólica. Retrata a situação econômica vivida pela minha cidade. Parece uma cena de algum grotão pobre do Brasil. Na verdade, não parece: é! Só faltava substituir o cavalo por um jegue. Mas talvez um dia melhore. Ou a cidade ou o meu emprego. Ou preferencialmente ambos :-)

sábado, 8 de setembro de 2007

Protesto é com a esquerda mesmo...

Enfim, no feriado de ontem, fez um dia de sol na cinzenta e fria Pelotas!

Aproveitei para correr na Avenida Dom Joaquim.

Para minha surpresa, havia um ônibus velho com alto-falante convocando para um protesto contra a corrupção, impunidade, restauração do Estado de Direito, obtenção de recursos públicos para uso em proveito próprio etc... "Vamos dizer basta!"

Mais surpreendente ainda foi a apatia da população. Enquanto eu corria para tentar escapar da chatice do som do alto-falante, deu para observar que apenas uns 20 automóveis participaram da carreata.

Destes 20 carros, havia umas 5 caminhonetes, dentre F-1000, Nissans, Toyotas e por aí vai.

De algo realmente do povo, só vi um Monza velho...

A carreata ficou com jeito do "Cansei" do empresário João Dória e do gel que ele usa desde os nove anos de idade.

Tentando ultrapassar o caminhão de som, que atrapalhava a música do meu mp3 player, corri o mais rápido que pude, mas não consegui deixar a carreata para trás. O som do alto-falante não deixou eu escutar o meu mp3 player.

Assim, contra a minha vontade, participei do protesto da forma mais direitista que existe: correndo ;-)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

As damas da noite

Existem histórias de Natal e existem histórias da noite. Estas últimas são mais engraçadas.

Eu estava com um amigo bebendo cerveja no balcão de um dos bares da cidade e lá pelas tantas sentou um tiozão e uma tiazinha perto de nós. Tipo do casal de meia-idade, aparentando que raramente sai de casa.

Então meu amigo comenta: "não dá para entender. A mulher daquele cara não desgruda o olho de mim".

Apenas respondi: "tem muita coisa que já deixei de tentar entender..."

Obs-A mulher não era tão gostosa quanto essa daí ao lado ;-)

sábado, 1 de setembro de 2007

Orkut com cara de Brasil

Na frase do dia que apareceu no site de relacionamentos Orkut, foi escrito o seguinte: "A sociedade prepara o crime, o criminoso o comete".

Um dia, voltando do trabalho, um vadio cruzou meu caminho. Ameaçou-me com uma faca e roubou meu relógio. Eu (a sociedade), pelo fato de voltar do trabalho, preparei o crime, e o malacabado do bandido apenas se aproveitou da situação.

Pelo menos é isso que dá a entender da filosofia orkutiana.

Seria bom que neste país as pessoas passassem a acreditar na responsabilidade individual do sujeito. Em especial, aqueles que tem por obrigação proteger a sociedade dos criminosos.

Chega de colocar a culpa na sociedade. Ou nas vítimas...