terça-feira, 26 de setembro de 2006

A Crise Final

Barão de Caxias, futuro Duque de CaxiasEm novembro de 1842, num ano de poucos confrontos, o Império nomeou para a presidência da província Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias, futuro Duque de Caxias. Ao contrário dos outros presidentes da província do Rio Grande do Sul, Barão de Caxias era um administrador e um militar competente. Embora a essas alturas da guerra o Império já concentrava mais de 11 mil soldados na província, o que correspondia a 2/3 do exército brasileiro, na tentativa de sufocar a rebelião através de uma ofensiva final, o fato era que os farroupilhas dominavam o interior da região. Embora em número bem menor, os farrapos tinham a vantagem da mobilidade tática e o conhecimento do terreno.

Essas vantagens ainda assegurariam a vitória dos Farrapos nos banhados de Ponche Verde em 26 de abril de 1943.

Mas fato é que ao longo de 1843,  percorre a República um profundo sentimento de impotência provocado pela fragilidade militar dos revolucionários, pela exaustão da guerra e pela crise financeira.

Embora externamente a guerra continuasse, no âmbito interno da República os desentendimentos se acirravam, com os entendimentos com o Barão de Caxias como objetivo de dar  um fim a guerra.

O Tratado de Ponche Verde 

Em 1844, Bento Gonçalves assumiu pessoalmente as negociações de paz, deixando posteriormente a missão a David Canabarro.

Foi um acordo difícil de alcançar, um dos impasses era que os farrapos desejavam um tratado de paz, mas o Império rejeitava com o argumento que este só se faz  entre países. Enfim, a negociação terminou num acordo, fazendo com que a luta terminasse sem uma humilhante deposição de armas por parte dos farrapos. Os principais pontos foram:

*Os rio-grandenses indicariam o novo presidente da província-o próprio Caxias.

*O Império pagaria as dívidas do governo republicano.

*Os oficiais republicanos seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais.

*Eram declarados livres os escravos que lutaram ao lado dos republicanos.

*Continuavam válidos todos os processos julgados pela justiça republicana.

*Seriam devolvidos à província todos os prisioneiros de guerra.

*Elevação da alíquota em 25 % sobre a importação do charque.

No local onde foi assinado o tratado, a 38 km da cidade de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul, lêem-se estas palavras:

"Nestes campos de Ponche Verde, em 1º de março de 1845, os defensores do Império e os republicanos de Piratini asseguraram a unidade nacional, com a pacificação do Rio Grande do Sul."  

Fontes:

História Ilustrada do Rio Grande do Sul, JA Editores, 1998

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Um comentário:

  1. Fantástica essa sua série, Rodrigo.

    Se aceitar uma sugestão, seria interessante também uma série sobre as questões da definição da fronteira com o Uruguai. Li muito pouca coisa sobre isso mas é um tema muito interessante.

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