quinta-feira, 22 de março de 2007

Folgadões faliram a livraria

Havia uma livraria especializada em direito  que eu adorava freqüentar e comprar livros. Era uma livraria pequena, mas confortável. Era possível sentar num sofá ou numa mesa e com toda calma examinar as obras. Fazia isso com freqüencia. Era silenciosa e não importava a época. O ar-condicionado sempre dava conta.

Mas, como acontece com quase tudo que é bom em Pelotas, fechou de repente...

Então sobrou outra livraria. Não que se trate de uma livraria ruim, pelo contrário. O pessoal é atencioso, tem uma enorme  variedade de livros e fica a uma distância da minha casa mais ou menos similar à antiga livraria. Agora, o conforto deixa a desejar, pois as obras tem que se consultar em pé...

Hoje, suando, consultando um livro em pé, falei para o atendente, antigo funcionário que  trabalhava na livraria que fechou, que sentia falta da antiga livraria, pois era possível consultar os livros sentado num sofá, e ele respondeu:

-Pois é, isso depende muito da cultura da cidade.

-"Aí vem bomba", pensei...

-O senhor sabe que apareciam uns advogados, de terno e gravata, pasta de couro, sentavam na mesa, abriam os livros e puxavam os caderninhos, faziam as anotações, deixavam os livros e simandavam?

Ele acrescentou que os dias de chuva era o dia dos folgadões. Entravam na livraria se achando, copiavam o conteúdo das últimas edições dos melhores autores  e iam embora sem pagar.

Desfeito o mistério.

Um comentário:

  1. Sempre achei que advogados, bem... enfim, é difícil conhecer a verdadeira alma deles. Mas Vc é a excepção à regra, Rodrigo.
    Bjo para você.

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