terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Rio Grande do Sul de nova patroa

Porto Alegre, capital gaúcha, é inesquecível no verão. Quem já foi para lá nos meses de janeiro, fevereiro ou março sabe sobre o que escrevo. O calor é de proporções amazônicas. Não existe praia. Não há vento. Nem brisa. A partir do sol inclemente, forma-se um vapor quente que emana do asfalto, aplastando a tudo e a todos que lá o destino obrigou a ficar.

Digo que o destino obrigou a ficar, porque a cidade fica praticamente deserta em janeiro e fevereiro. Vê-se pouquíssimos carros nas ruas. É uma questão de sobrevivência. Para ir ao litoral vale tudo, nem que seja para ficar na casa emprestada pelo irmão do vizinho da cunhada da dinda do amigo do...

Pois no dia primeiro de janeiro, numa segunda-feira de feriadão, nesse clima selvagem, com a cidade às moscas, a governadora eleita Yeda Crusius tomou posse, num salão fechado, lotado de assistentes.

Na TV, primeiro ouvi uma parte do discurso da atual governadora. Após, foi a vez ex-governador Germano Rigotto falar, com um apaixonado discurso auto-elogiando seu governo. Paradoxalmente, ele disse que o "Estado do Rio Grande do Sul é um estado que não olha para o passado". Se o estado não olha para o passado, era melhor que o ex-governador nem sequer discursasse, limitando-se ao papel de entregar o cargo.

Depois, a atual governadora voltou a discursar, numa cerimônia programada para durar toda a tarde.

Como se não bastasse tanto discurso, num formalismo inútil, foi lido ainda o "termo de posse do chefe da casa civil", como se a falta da leitura fosse tornar a posse inválida. Bem, na verdade eu não duvido, dada a conhecida paixão brasileira pelo formalismo e burocracia inútil.

A platéia, confinada num salão fechado, com o ar-condicionado sem dar vencimento (ou talvez nem exista), procurava se abanar com qualquer coisa que estivesse ao alcance, como folhas de papel, leques ou até com as mãos.

Com tanto discurso, tanta formalidade, tanto sofrimento acabei admirando a abnegação dos presentes à posse. Que esta vontade acompanhe a governadora até o ano de 2011, final de seu mandato.

Um comentário:

  1. Rodrigo, o prazer é todo meu.
    Os gaúchos são tradicionalmente politizados e aativistas, isso é exatamente o q precisamos no momento.
    2007 promete ser muito duro, vcs elegeram a Yeda, quebrando uma tradição petista no RS.
    O Rio, continua votando mau, e aí estamos todos assistindo o resultado, acho q o sol e a praia queimou os neurônios cariocas, hahahaha
    Precisamos lutar e dar força aos governadores de oposição para nos livrar do apedeuta mor!
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