Mais uma daquelas questões sensíveis para o país, poderíamos chamar de "paixão versus Estado de Direito" ou "moral versus paixão".
Deu na Folha de hoje que as equipes de elite do futebol brasileiro devem 612 milhões de reais para o governo. O valor inclui as dívidas com a receita federal e com o Instituto Nacional de Seguridade Social, e se trata do valor que o governo está cobrando e tenta recuperar dos clubes. Não inclui os parcelamentos, ou seja, aquilo que já deixaram de pagar e fizeram acordo para quitar parcelado.
Na pátria das chuteiras, a "bancada da bola" propõe uma espécie de perdão da dívida, em troca de apoio dos clubes ao esporte olímpico.
É óbvio que se trata de um tema sensível, porque se o governo apertar demais a cobrança, os clubes não poderão manter os salários dos jogadores, pois para pagar a dívida em um ano, teriam que pagar R$ 40,00 por cada R$ 100,00 de ingresso de receita.
Assim, seria impossível manter alguns salários dos jogadores brasileiros:
Neymar - Santos – R$ 1,5 milhão
Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG – R$ 950 mil
Deco - Fluminense – R$ 759 mil
Assim, dadas as paixões e interesses envolvidos, é bem provável que este tema seja, digamos, "esquecido por razões de conveniência", porque sem um futebol de qualidade, o que seria do Brasil?
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