quinta-feira, 10 de maio de 2007

Por um Brasil laico

Todos sabem que o Brasil é um país soberano que tem independência para legislar conforme a consciência dos políticos e da população. O que pouca gente sabe é que o Brasil é um país laico. Com exceção do preâmbulo da Constituição Federal, nossas leis sequer mencionam o nome de Deus.

Nem sempre foi assim, pois a Constituição do Império determinava que a religião católica era a religião oficial do império. Tolerava a prática de outras religiões, desde que praticadas sob portas fechadas. Registro de nascimentos, casamentos, óbitos, tudo era registrado nas igrejas.

No entanto, a Constituição da República, de 1891, instaurou a separação do Estado e da Igreja, que é uma das características mais marcantes de todas as democracias republicanas.

Esta questão é seria, já opinei por indeferimento de doações de terrenos públicos à entidades religiosas para fins de culto, porque só poderia fazer se houvesse interesse público.

A visita do Papa Bento XVI ao Brasil coincidiu com o início dos debates sobre a legalização do aborto no país. Por sua vez, autoridades eclesiásticas defendem a excomunhão dos políticos que votarem pela legalização do aborto.

O mesma ameaça foi feita no México, que também se discute a questão. Contudo, não obstante a tentativa da igreja em meter-se em questões internas, no site da CNN foi confirmado que a Cidade do México legalizou o aborto.

Estranhamente, em outros países que liberaram o aborto a Igreja se quedou silente. Como em Portugal e na Suíça.

Aparentemente, o Vaticano pretende manter a subdesenvolvida América Latina submissa à sua doutrina, interferindo em questões internas e condenando-a ao eterno subdesenvolvimento.

Não interpretem o texto como uma defesa do aborto, mas a de um Estado laico, porque por pior que ele seja, a experiência mostrou (e ainda mostra) enormes desastres com os estados religiosos, cujo o debate, a educação e o desenvolvimento é sufocado pelo fanatismo.

3 comentários:

  1. Outro dia li na Internet que em visita ao Brasil o Papa se referiu as Igrejas Evangélicas como “Seitas”, um desrespeito aos milhões de Evangélicos do país. Na verdade esse comentário só mostra a decadência dessa Igreja que se apóia em dogmas que aos poucos estão sendo desmascarados e desmistificados. O povo Brasileiro está se instruindo, está lendo e estudando inclusive a Bíblia o que está demolindo os dogmas Católicos. Aliás alguns católicos sabem que a Igreja não estimula a leitura da Bíblia, talvez com medo de que as pessoas se libertem de alguns práticas que nem fazem parte dos ensinos do próprio texto. Nós sabemos que a origem da fé, inclusive a fé Cristã vem do Judaísmo que jamais apoiaria a veneração de qualquer Ídolo, seja ele qual for. Portanto a Igreja Católica Apostólica Romana está na contra-mão do Ensino Bíblico puro ao apoiar e incentivar a Idolatria. A criação do “Frei Galvão” é mais uma jogada de “Marketing” que qualquer outra coisa. Felizmente estamos vivendo um período de liberdade no nosso Brasil, onde as pessoas estão tendo a chance de escolher sua Religião. As estatísticas tem mostrado que claramente que as pessoas tem escolhido os Evangélicos, alguém sem preconceito já perguntou porque? Não vamos forçar as coisas e dizer que é porque há muita ignorância..., veja quem anda atrás de uma estátua e diz que escuta o coração dela batendo? Certamente algo está acontecendo...O nosso país foi dominado pelo misticismo camaleão da Igreja Católica por muito tempo....pelo amor de Deus deixa os Evangélicos crescerem.....! Viva o Estado Laico!

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  2. É interessante notar como o Brasil tem se curvado aos desejos da Igreja. Existe ainda um caminho bem longo para chegarmos a uma plena democracia e um dos primeiros passos é garantirmos um Estado verdadeiramente laico. Na Constituição observa-se claramente o desejo do Estado em não interferir ou ser interferido pela religião, mas na prática isso não acontece. Um exemplo disso é a não muito recente aprovação da Lei do Divórcio, onde somente apartir de 1977 casais podiam se separar legalmente. Antes disso, a Igreja tirava, graças a um dos seus sacramentos, o direito de casais se separarem mesmo não sendo católicos.
    Atualmente a Igreja tem se esforçado, junto aos políticos, pela não legalização do aborto, pelos diretos de casais homosexuais e pelo ensino religioso nas escolas. Deprimente observamos como estamos retrocedendo democraticamente. Era-se o tempo em que você só por nascer no Brasil já era católico. Somos livres para escolher o que quisermos, desde seguir uma religião ou não.
    Devemos estar atentos ao que está sendo mostrado como o enaltecimento da moralidade, pois na verdade isso vem a premiar nossa ignorância.

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  3. Só um comentário...

    Hoje na minha cidade (Jundiaí-SP)o prefeito aprovou o projeto que proibe a distribuição da "pílula do dia seguinte" na rede pública de saúde. Ao que tudo indica, não por causa do custo do medicamento... simplesmente porque o vereador que eleborou o projeto e o bispo dom Gil chegaram à conclusão de que o medicamento é abortivo. Quer coisa menos laica que essa?
    E quem não concorda como eu... pensa em como mudar a situação.

    Abraços,
    Paula

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