terça-feira, 24 de abril de 2007

Rio Grande do Sul em decadência?

Lembro-me que há alguns anos atrás, Décio Freitas, famoso historiador gaúcho, de saudosa memória,  escreveu um artigo no Jornal Zero Hora  sobre o avanço da pobreza e decadência  da sociedade gaúcha.

Escreveu ele que o avanço dos cortiços em Porto Alegre, capital gaúcha, era semelhante ao que se via em Pernambuco.

Onde moro, em Pelotas-RS, não reparo no crescimento das favelas, uma vez que moro no centro da cidade. Contudo, reparo no crescimento de pessoas desocupadas que ficam sentadas na calçada sem ter o que fazer.

Obviamente que o ócio sempre vem junto com coisa ruim. Hoje vi  três sujeitos, sentados na escada do antigo Fórum fumando bagulho, à luz do dia, na maior tranqüilidade, no centro da cidade, a duas quadras do prédio da prefeitura.

Como sempre acontece no Rio Grande do Sul, discutiu-se muito o que fazer com aquele prédio. Primeiro pensou-se em doá-lo à Câmara de Vereadores, mas não vingou. Depois cogitou-se instalar algumas secretarias da prefeitura. Também não agradou. Por fim, decidiu-se ceder o lugar para uma escola de 2º grau. Mas até agora nada, o prédio está abandonado e já fazem três anos que assim permanece.

E se demorar mais corre-se o risco dali virar ponto de traficas, se já não virou.


O uso do prédio depende de ação do governo do Estado, já com problemas enormes para resolver  com o salário dos funcionários em atraso, risco de  epidemia de dengue, falta de remédios nos postos  e  a economia gaúcha paralisada.

Só resta rezar.

Um comentário:

  1. Me lembro vagamente desse prédio.
    Seu blog me traz sempre boas lembranças.
    Meu pai era "Simões Lopes" e morava na Santa Cruz, 1419, numa casa antiga, de esquina, que tinha até sótão e lareira. Minha avó Otília morou lá até desencarnar. Era o meu "quintal" em Pelotas.
    Quando estive aí, há menos de um ano, resolvi fotografar pra ter um registro disso. Lembro que fui a pé da casa de uma tia onde estava hospedado, câmera na mão e bastante motivação.
    Lá chegando me deparei com uma surpresa: o açougue em frente ainda estava lá, mas a casa, virara um prédio.
    Só me restou a placa de cobre com o nome do meu avô (que me empresta o nome) usada na porta.
    Não restou registro. Como diz Amyr Klynk: "Há oportunidades que são únicas". Perdi a minha!
    Outra surpresa: o "Castelo Simões Lopes" (postei sobre isso bem no início do meu blog) estava pintado de VERDE PISTACHE por dentro.
    Ai ai ai!
    Ainda vou postar sobre tudo isso.
    Já que você está aí e felizmente é um entusiasta dessas coisas, registre tudo o que puder, pois se deixar pra amanhã, pode ser tarde demais.

    Um grande abraço

    Oscar

    P.S. Por desgosto, acabei por não fotografar o prédio. Se um dia passar por aquela esquina, e se lembrar deste modesto leitor, por favor, fotografe o prédio e me mande. Será útil quando eu for postar.

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