sábado, 28 de outubro de 2006

A fantasia e a realidade

eleicoes.gifO último debate entre Alckmin e Lula foi surrealista.

Como era de se esperar, a Globo preocupou-se muito mais com o visual do cenário do que o conteúdo. Na verdade, os candidatos pareciam apenas coadjuvantes no meio daquela parafernália eletrônico-visual montada. O ridículo chegou ao ápice quando Lula e Alckmin apertavam os botões numa espécie de controle remoto de um telão e acima deles aparecia  a imagem  de um popular  apresentando-se e logo em seguida fazia a pergunta aos candidatos. Cena digna de um programa de auditório da MTV ou do Sílvio Santos.

Em contraste com o cenário de ficção científica montado pela Globo, os populares (donas de casa, microempresário, agente de trânsito...) que apresentavam as perguntas levaram aos candidatos o Brasil real: enchente que leva os móveis da casa, trabalho sem carteira assinada, angústia com a aposentadoria.

Algumas perguntas  nem deveriam ser apresentadas aos candidatos a presidente, e sim ao prefeito (maior parte delas) e aos governadores dos estados.

De qualquer jeito, os candatos fizeram o possível para responder, ou às vezes para fugir do assunto.

  Pouco se aproveitou do debate.  Num cenário de programa de auditório, os candidatos eram apenas figurantes, que nem tinham tempo suficiente para responder as perguntas.

Para mim, o povão saiu com muito mais dúvidas que respostas.

O melhor debate foi o primeiro, promovido pela Band, no qual foram apresentadas perguntas pertinentes, num ambiente sóbrio, cujas atrações eram os candidatos e as idéias e não os efeitos especiais.

De qualquer jeito, a eleição está decidida.

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