Pensamentos de um servidor público que é operador do direito, que gosta de escrever sobre assuntos aleatórios.
sábado, 24 de junho de 2006
Reflexões sobre patriotismo
Acho que não existe melhor época para se falar de patriotismo no Brasil que não seja durante uma copa do mundo. Principalmente se a seleção brasileira ainda estiver na competição. Afinal, o brasileiro é ou não é patriota? Professor Arturo Bandini, do Eu vi anteontem, eu acho... disse que o brasileiro não é patriota, apenas torce para a seleção durante a copa. Questão relevante é saber, o que é ser patriota? Há quem diga que patriota é simplesmente qualidade de quem gosta do país. Assim, alguns dizem que o brasileiro não é patriota, porque vive falando mal do país. Eu discordo. Patriota para mim é alguém que se identifica com o país onde vive. Não importa se fale mal ou bem do país. Mas patriotismo é um conceito abstrato, é muito difícil manter cultivar uma abstração sem algum sinal material. Isso acontece com o religioso que usa o crucifixo. Sem a exteriorização de um objeto material é muito difícil cultivar a fé. Assim é o brasileiro durante a copa do mundo. Vê-se a bandeira do Brasil hasteadas nas casas. As senhoras transformam a bandeira em lenço para o pescoço. Outras usam a bandeira como bandana na testa. Pulseiras verde e amarelas são também comuns. A bandeira brasileira é onipresente: na padaria, nas escolas, nas academias de ginástica, nos bancos. No meu trabalho, vi a bandeira do Brasil pela primeira vez na vida. É a primeira copa do mundo que é disputada desde se mudou para lá. Portanto, o brasileiro é patriota durante a copa do mundo. É a única época que ele se identifica com a sua pátria e não se envergonha de demonstrar publicamente uma relação de intimidade com o seu país. Por cerca de um mês, há mais identificação com nossa pátria do que se verá nos próximos 4 anos sem copa do mundo. De qualquer jeito, pouco é ainda melhor que nada. Mas podia ser melhor. À esquerda, no alto, o quadro: "A Pátria", por Pedro Paulo Bruno.
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Como um jogo pode fazer o país inteiro parar, não?
ResponderExcluirPra mim é como uma política de pão e circo.
Até breve.