quinta-feira, 15 de junho de 2006

Um país "por força de lei"

Obrigar as pessoas trabalharem em horário do jogo da seleção é maldade. Mas deixar de trabalhar durante a Copa do Mundo, como faz o Congresso é demais. Nosso país é mesmo uma abstração, vale a pena ler esse post, que se inspirou numa notícia do Blog do Josias.No dia 14 de julho, em horário de expediente, Senador Jéferson Peres (PDT-AM), para um senado vazio, lamenta: “Que país é esse?”, perguntou o senador. “Entusiasmar-se com a seleção, torcer, sofrer, tudo bem. Mas é lamentável que o povo brasileiro não tenha a mesma energia e responsabilidade para mudar o país. Importante mesmo é a Copa. Valerioduto, mensalão, absolvição de mensaleiros, essas coisas são relegadas a plano secundário”. No dia 13 de julho, no dia do jogo da seleção, pela manhã (o jogo era às 16 horas), seis diretores do Banco Central, inclusive o presidente, Henrique Meirelles, foram falar sobre a política de juros no senado. O problema é que, entre os presentes, havia mais diretores do que senadores. Os senadores não quiseram ouvir as declarações do presidente do BC. Para o dia da estréia da seleção brasileira, não tinha valor ouvir sobre o futuro da política de juros do BC, que dita o rumo da economia, mesmo que o jogo fosse mais tarde. O brasileiro é um estranho dentro do próprio país, não dá importância para nada e ninguém com exceção de quem vive a sua volta. Assunto que não diga respeito a sí ou sua família, é algo pouco importante. O país pode se derreter a sua volta, as condições de vida de sua cidade podem se deteriorar, o vizinho pode estar desempregado, no Congresso pode-se faltar as sessões, a escola pode estar em greve, no posto de saúde pode faltar remédio...aceita-se absurdos como uma rotina inescapável. Somos um país porque assim quis a Constituição. Um país por "força de lei". Que também nem sempre pegam...

Link da foto.

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