domingo, 25 de junho de 2006

"Hoje eu estou aqui para dizer a vocês que o sonho não acabou e a esperança não morreu"...

No dia de ontem, na convenção nacional do PT, Lula anunciou sua candidatura. Li o discurso, na íntegra. Mas bem que podia ser menor. Depois de ler uma boa parte, lá pelas tantas, começou o discurso com uma interminável mostragem de estatísticas e números. Depois, passou por uma longa homenagem à algumas pessoas que foram beneficiadas por programas de ajuda governamentais. E enfim, terminou. Ufa. Algumas partes interessantes:

"Hoje estou aqui para dizer a vocês que decidi submeter meu nome e meu governo, humildemente, ao julgamento dos meus irmãos brasileiros.
Hoje eu estou aqui para anunciar que sou, mais uma vez, candidato à Presidência da República."

Frustração:

"Tenho certeza de que só frustrei profundamente dois tipos de pessoas: aquelas que pensavam que meu governo seria um caos --e torciam para isso-- e aquelas, que com paixão e ingenuidade, imaginavam que eu poderia resolver todos os problemas do Brasil em apenas quatro anos."

Sobre a economia:

"Graças a Deus, o Brasil está conseguindo fazer da política econômica e da política social duas faces de uma mesma moeda. Por isso nossos indicadores sociais e os números da nossa economia são os melhores dos últimos dez anos."

Sobre os adversários:

Hoje, as vozes do atraso estão de volta. E como não têm uma boa obra no passado e nem propostas para o futuro, fazem da agressão e da calúnia as suas principais armas.
Pensam que o povo esqueceu o que eles fizeram com o nosso país. Pensam que o povo esqueceu o tamanho do buraco que eles cavaram, e que só não engoliu o Brasil porque o Brasil era muito maior do que o abismo que eles construíram.
Nos lares, nas praças, nas fábricas e nos campos, o povo está dizendo que não os quer de volta. Mas eles nunca escutaram a voz do povo, e, obviamente, não vão querer escutá-la agora.

Comparação com FH

"Todos se lembram do final do governo deles, quando a economia encolhia, o emprego diminuía e a pobreza aumentava. Era o tempo da instabilidade e da vulnerabilidade econômica. Era a época da insensibilidade social e do sucateamento da infra-estrutura. Era o tempo dos grandes apagões. Era o final da sanha privatista que dilapidou o patrimônio público. Era a época da desesperança e da baixa estima."

Promessas dos adversários

Eles prometem, agora, baixar os juros da noite para o dia. Mas no governo deles, a taxa Selic chegou a alcançar um pico de 85% ao ano.
(...)
Eles prometem, agora, reduzir os impostos. Mas nos oito anos deles, foi grande o aumento da carga tributária. Nosso aumento de arrecadação, ao contrário, se deu fundamentalmente pelo crescimento da economia e a melhoria da máquina arrecadadora. Além do mais, desoneramos produtos de consumo popular e setores produtivos estratégicos.

Sobre o novo governo

Se reeleitos, continuaremos fazendo um governo de seriedade, responsabilidade e equilíbrio. Continuaremos honrando nossos acordos e cumprindo, de forma sagrada, nossos compromissos nacionais e internacionais. Mas nosso compromisso mais especial continuará sendo com o povo brasileiro.

Sobre os gastos públicos

Dedicarei meu segundo governo, também, para resolver uma questão difícil e delicada: a qualidade do gasto público. Se não fizermos assim, a carga tributária inevitavelmente aumentará. Isso ninguém quer e não é bom para a economia.

Sobre a reforma política

A reforma política, por exemplo, não poderá mais ser adiada. Ela é fundamental para aperfeiçoarmos nossa vida institucional e corrigir graves defeitos que ainda persistem.
Esta reforma, que deve ser a nossa prioridade institucional imediata, e terá por base a fidelidade partidária, é fundamental para dar suporte às demais reformas que deveremos implantar.
Muitas das crises que o Brasil tem enfrentado, ao longo destes anos, não teriam ocorrido se já houvéssemos modernizado nosso sistema eleitoral, nosso sistema partidário e algumas particularidades do nosso sistema representativo. Isso terá que ser feito, nos próximos quatro anos, sob pena de comprometermos seriamente a nossa evolução política.

Sobre as denúncias de corrupção

A oposição aproveitou-se de algumas condutas equivocadas para generalizar culpas e tentar destruir o partido mais autenticamente popular do Brasil; o único construído, de baixo para cima, com os sonhos e a dor de milhões de brasileiros.
Nossos adversários tentaram se aproveitar de algumas situações, para passar a falsa idéia de que nosso governo compactuava com atos ilícitos.
Mas a sociedade entendeu o que se passou e sabe que se determinados fatos afloraram é porque este foi o governo que mais apurou --e puniu-- a corrupção em toda a história.
Respeitamos a independência do Ministério Público, reforçamos a Controladoria Geral da União e imprimimos uma nova dinâmica à Polícia Federal. O resultado é que nunca se apurou tanto e com tanta liberdade.
Repito aqui o que já disse antes: depois de apurar todas as responsabilidades, a Justiça deve punir quem tiver culpa comprovada. Eu serei o primeiro a apoiar e aplaudir.

Link da foto.

Um comentário:

  1. Ainda bem que você resumiu, haja paciência!

    Quanto a esperança, não sei se morreu ou não. Não dá sinal de vida faz tempo e dizem até que talvez a eutanásia seja a melhor saída.

    ResponderExcluir