domingo, 2 de maio de 2010

Grécia parece a Argentina

A velha história se repete.
Já aconteceu no Brasil, Argentina e agora na Grécia. Só surpreende pelo fato dos acontecimentos se darem na civilizada Europa.
Na Argentina e Brasil, onde o déficit público é alto, o capital internacional financiava o dinheiro que faltava para os governos fecharem as contas. Quando a fonte de dinheiro secou devido ora a crises internacionais, ora devido a desconfiança de que os governos não honrariam seus compromissos, a saída clássica sempre foi desvalorizar a moeda e cortar os gastos públicos.
Ambas medidas são dolorosas porque a desvalorização da moeda causa inflação e o corte dos gastos  sempre causa recessão econômica.
A Argentina não podia desvalorizar o peso, haja vista a   lei da paridade, a qual determinava que para cada peso que circulasse na economia, deveria haver o equivalente de reservas no banco central. Na prática, o país renunciou sua soberania para fazer política monetária. Sobrou apenas o corte dos gastos, que colocou a Argentina  numa espiral de deflação/estagnação econômica por muitos meses e resultou na renúncia do então presidente Fernando de la Rua.
Com a Grécia acontece o mesmo. O país não pode ajustar sua política monetária às circunstâncias, pois aderiu ao sistema monetário europeu e resta apenas um duro corte de gastos, exigência da Comunidade Européia para o pacote de ajuda que poderá chegar a mais de 100 bilhões de Euros.
Fica a lição para os outros países: primeiro, os governos devem ter disciplina fiscal e em segundo lugar, caso os governos não a tenham, devem deixar as portas abertas para saírem  das crises.

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